O jardineiro Nelson Nedy Ribeiro, de 53 anos, que ficou isolado por cinco dias na Ilha de Palmas, em Grumari, na Zona Oeste do Rio, reencontrou nesta segunda-feira (15) o primeiro-sargento Alexandre Soares Bento, um dos militares que fizeram o resgate dele no último sábado (13).
Segundo informações do G1, os dois se abraçaram por alguns minutos e Nelson ficou emocionado ao rever o homem que ajudou a salvar sua vida. Com dificuldades de encontrar as palavras, o jardineiro apenas agradeceu o trabalho do bombeiro.
“Eu só quero agradecer. Ele me salvou. É muita gratidão. Você é um ótimo trabalhador, profissional. Continue sempre assim”, disse Nelson ainda chorando de emoção.
Ainda conforme o G1, após o resgate, Nelson foi socorrido de helicóptero para o Hospital Municipal Lourenço Jorge, na Barra da Tijuca, onde recebeu atendimento médico. Segundo ele, quando foi resgatado, o corpo já estava bastante debilitado e com dificuldades até para ficar em pé. Nelson contou ainda que achou não fosse sobreviver.
“Tenho que agradecer muito a eles. Porque do jeito que eu estava, não tinha como aguentar mais. Minha mão já tava toda ruim, o pé inchado, com fome (…) No sábado mesmo já tinha pensado que ia ser meu último dia (…) Sem comer, sem hidratar direito. Até hoje eu to com dificuldade pra comer”, contou Nelson.
Sem comida e com pouca água
Na última segunda-feira (8), Nelson saiu de casa sem avisar a família que iria ao Mirante do Roncador, na Praia de Grumari.
O mar estava agitado, ele ficou em uma pedra admirando a ressaca o que é desaconselhável pelo Corpo de Bombeiros. De repente uma onda gigante o arrastou para dentro da água. A correnteza o levou para perto da Ilha das Palmas, a um quilômetro e 300 metros da praia. Nelson passou cinco dias perdido na ilha.
Além das tentativas de sair do local nadando, Nelson também fez uma bandeira para tentar ser visto de longe. Ele só foi resgatado depois que surfistas o avistaram.
Para sobreviver nesses dias, o jardineiro contou que só comeu dois limões, um pedaço de carvão e bebeu água salgada misturada com doce.
“Muito frio, sem água… Caiu uma chuvinha, eu colocava a mão nas gotinhas de chuva e apanhava, pra molhar a boca. Eu estava com muita sede. A noite passou tão rápido que eu nem acreditei”, contou Nelson sobre a primeira noite que dormiu na ilha.