Nuvem de areia do deserto de Saara vai chegar ao Brasil, diz serviço de monitoramento

Uma nuvem de areia vinda do deserto do Saara se aproxima da costa brasileira. Registros dos sensores de detecção de aerossóis VIRRS a bordo dos satélites SNPP e NOAA-20 feitos no domingo (6) mostrava o material particulado na atmosfera sobre o Oceano Atlântico, já perto da costa do Nordeste do Brasil, informou a NOAA, a Administração Nacional de Oceanos e Atmosfera dos Estados Unidos.


O transporte de areia do deserto africano deve prosseguir nos próximos dias sobre o Oceano Atlântico e vai alcançar as áreas continentais da América do Sul e do Caribe, inclusive estados mais ao Norte do Brasil. É o que indica a modelagem numérica do Serviço de Monitoramento Atmosférico Copernicus da União Europeia em suas projeções de profundidade óptica de aerossóis.

A pluma de areia saariana que se desloca através do Oceano Atlântico da África não é novidade. Grandes plumas de poeira do deserto avançam rotineiramente no Oceano Atlântico, principalmente do final da primavera ao início do outono no Hemisfério Norte. Se for grande o suficiente e com ventos alísios favoráveis, a poeira pode viajar milhares de quilômetros através do Atlântico até as Américas Central, do Norte e áreas mais ao Norte da América do Sul.

A poeira saariana chega com ar extremamente seco e isso tende a inibir a formação de ciclones tropicais como tempestades tropicais e furacões. Um ciclone tropical precisa de um ambiente quente, úmido e calmo. Por isso, no curto prazo a temporada de furacões do Atlântico Norte estará calmíssima. Um estudo a partir de dados da NASA mostrou que a poeira do Saara é benéfica para a nossa floresta amazônica, servindo como “alimento” para a floresta tropical. A viagem transoceânica de um continente para o outro, de acordo com os pesquisadores, é importante por causa do que está na poeira. Com informações do Metsul.