Foi aprovado nesta terça feira (21/12), por 15 votos a 1, o Projeto de Lei que estabelece o “Dia do Orgulho Hétero” em Cuiabá, no Mato Grosso. O PL foi proposto pelo vereador e tenente-coronel, Marcos Paccola (Cidadania), sob a justificativa de que a Constituição Federal estabelece o princípio da igualdade e que “tal garantia não pode ser restrita às minorias”.
Segundo Paccola, existe uma dificuldade de homens e mulheres heterossexuais em explicar a seus filhos a existência de um Dia do Orgulho LGBT e não existir um Dia do Orgulho Hétero. “Não tenho nada contra esses dias, acho que cada um tem sua liberdade e tem que lutar por isso. Nós temos orgulho de dizer que somos héteros, isso não nos faz melhor ou pior que ninguém”, declarou Paccola em sessão na Câmara Municipal de Cuiabá.
Clovis, integrante do Conselho Municipal da Diversidade Sexual de Cuiabá, acredita que é um absurdo a criação do Dia do Orgulho Hétero uma vez que a população da cidade sofre com a questão da fome e da pandemia. “Os vereadores se prestam a criar um dia absolutamente do nada, porque cria um dia sem uma pauta, quais as reivindicações esse dia trás?”, questiona.
“Toda população quando tem um dia é para reafirmar a questão da luta, a questão da cobrança de alguma vulnerabilidade, por exemplo. Quando a câmara municipal de Cuiabá cria o dia do orgulho hetero ela está criando na realidade mais um dia no ano, porque os 365 dias do ano já são celebrados pela heteronormatividade”, afirma Clovis.
O Dia Internacional do Orgulho LGBT, 28 de junho, existe devido ao grande preconceito que as pessoas que não se encaixam no que é considerado normativo enfrentam. Mais do que declarar orgulho por ser quem é, o dia é dedicado à luta contra o preconceito, pelos direitos, pela igualdade e pela inclusão, e também à conscientização da população, para refletir sobre a intolerância.
“Não tem fundamento, quando nós falamos de orgulho, de busca pelo orgulho de algo, nós estamos falando de celebrar algo que é muitas vezes criticado e atacado pela sociedade, por isso dizemos que temos orgulho de sermos LGBT, de sermos quem nós somos, porque nós sofremos o preconceito que é imposto pela sociedade”, afirma Gregory, Coordenador Nacional de Comunicação da Aliança Nacional LGBTI. Com informações do Estado de Minas.