“Bolsonaro prometeu reforma tributária e em 4 anos não fez nada”, critica Moro

O ex-juiz e pré-candidato à Presidência da República, Sérgio Moro, concedeu entrevista ao jornal mineiro O Tempo nesta quarta-feira (24) e criticou o governo do presidente Jair Bolsonaro por “não ter feito nada” para aprovar a reforma tributária.



Moro está em Minas Gerais onde se encontrará com o governador Romeu Zema para buscar apoio para as eleições de 2022.


“Reforma tributária, todo munda fala, precisa simplificar. Passou quase quatro anos desse atual governo, entrou falando que ia fazer reforma tributária, era uma das promessas lá em 2018, e não fez nada”, criticou Moro.


O ex-ministro da Justiça disse que o Brasil precisa “simplificar” os impostos, mas não apresentou propostas para solucionar a complexidade do sistema, disse apenas que o governo precisa “permitir as condições necessárias” para a aprovação.

“O sistema tributário continua absolutamente confuso. O empresário tem dificuldade em saber quanto que ele tem que pagar e quando ele faz esse cálculo ele paga muito. Isso prejudica a atividade econômica”, completou.

Moro direcionou as críticas à política do ministro Paulo Guedes, assim como fez ontem no Senado , e atacou o desemprego alto e a inflação, principalmente dos alimentos e dos combustíveis, que fazem o consumidor “repensar se quer ter carro”.

Reforma administrativa

Quanto à proposta que promete extinguir a estabilidade dos futuros servidores, Moro seguiu a cartilha dos presidenciáveis e disse ser necessário “valorizar o servidor”.

“Tem se discutido muito em termos de redução de custos, dos desperdícios, dos privilégios, esses nós temos que cortar, mas, por outro lado, o cidadão quer um serviço público eficiente e para isso é necessário tratar bem os servidores”, disse.

“O servidor público não pode ser o vilão dessa história”, finalizou. Enquanto esteve no governo Moro defendeu a proposta em tramitação e disse que “o setor público precisa ouvir mais o privado”.

Affonso Pastore
Apesar dos elogios a Guedes quando integrante do governo, Moro agora quer distância da política econômica do ministro. O pré-candidato admitiu receber “conselhos” do ex-presidente do Banco Central, Affonso Celso Pastore.

Pastore participou de audiência pública na Câmara dos Deputados sobre a dívida pública brasileira onde disse ter restrições ao teto de gastos, criticou o presidente da Casa, Arthur Lira, e classificou a PEC dos Precatórios somo “clientelismo político de péssima qualidade”.

Pastore escolheu como foco de política o combate à pobreza, crescimento com distribuição de renda e a retomada da responsabilidade fiscal.

Ele também criticou o auxílio emergencial, dizendo que foi pago “para gente demais”.

“Em um país que é avaliado por um economista que é o criador do Bolsa Família, chamado Ricardo Paes de Barros, que estima a pobreza absoluta no país, olhando por cima, em algo como 25 milhões de habitantes, foi dado os R$ 600 para 66 milhões de pessoas. Quer dizer, tinha gente que não tinha que receber”, completou Pastore.

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