O presidente Jair Bolsonaro viajou para cidade italiana Anguillara Veneta, no norte do país , na manhã desta segunda-feira para receber título cidadão honorário concedido pela prefeitura. Mas foi recebido por manifestantes com gritos e faixas de “Fora Bolsonaro”.
O presidente está na Itália, onde particiou no fim de semana da cúpula do G-20, que terminou ontem. Ele tem agenda no país até terça-feira.
Na sexta, ativistas já haviam jogado esterco e feito pichações na sede da prefeitura em protesto contra a concessão do título.
Quase 200 pessoas se reuniram nesta segunda-feira na pequena cidade de Anguillara Veneta para protestar contra a concessão do título.
Sob uma chuva persistente e em meio à neblina, representantes de vários partidos de esquerda, assim como do sindicato CGIL e da associação antifascista ANPI, protestaram com bandeiras e cartazes contra a honraria ao presidente brasileiro.
Almoço com parentes
Bolsonaro deve receber a cidadania ainda nesta segunda-feira, durante uma cerimônia especial na sede da prefeitura de Anguillara Veneta, a pequena localidade de 4.000 habitantes da região de Vêneto, reduto do partido de extrema direita Liga.
Depois do evento, ele deve almoçar com vários membros da família Bolsonaro, alguns parentes próximos, em uma elegante residência do século XVII da região.
“Fora Bolsonaro”, afirmava um cartaz, enquanto outro, escrito a mão, declarava “Anguillara ama o Brasil, mas não Bolsonaro”.
Entre os manifestantes mais indignados estava o missionário italiano Massimo Ramundo, que viveu por 20 anos no Brasil, 12 deles no Maranhão, estado que tem 34% do território ocupado pela floresta amazônica.
“É uma vergonha. Estou furioso com a prefeita desta cidade. Ela não sabe o que Bolsonaro fez e disse, não escutou suas declarações de teor racista, contra os indígenas, os vacinados, as mulheres. Além disso, ele quer que a Amazônia seja um negócio. Não respeita os valores do papa Francisco”, afirmou o religioso.
Apoio ao presidente
Pequenos grupos de simpatizantes do presidente também compareceram à manifestação, organizada na cidade de onde sua família emigrou há mais de um século.
“Estou aqui para dizer que não está sozinho – declarou Silvana Kowalsky, 50 anos, que viajou de Vicenza, a 85 quilômetros de distância, para expressar seu apoio.”
Com chapéus e bandeiras do Brasil, os simpatizantes do presidente, em menor número, preparam-se para defender a homenagem.
“É um grande presidente e tem o direito, porque é descendente de italianos. Tudo o que a CPI (do Senado) fala dele é mentira”, afirmou o brasileiro Cláudio Resende, de 65 anos, que mora na Itália há 17 anos.