Após amputar perna por câncer, mineiro se garante na Paralimpíada de Tóquio


Mineiro de Uberlândia, Gustavo Carneiro terá um sonho realizado a partir do dia 24 de agosto quando disputará sua primeira Paralimpíada em Tóquio, no Japão. Com informações da Istoé.



Ele foi confirmado na última semana como um dos integrantes do time brasileiro para disputar a categoria Open do tênis em cadeira de rodas.

“O grande dia chegou, é muita emoção, essa semana recebi a informação da minha classificação para Tóquio. Um filme dos últimos 3 anos e 7 meses passou pela minha cabeça. Lembrei quando recebi a notícia que precisaria amputar a perna, pensei logo que queria jogar uma Paralimpíada, mas com o tempo vi que Tóquio seria em pouco tempo e que seria difícil conseguir me classificar entre os 40 melhores do mundo. Não desanimei, fiz o meu trabalho que era treinar muito e graças a Deus consegui. Tudo que fiz nesse período foi pensando em conseguir essa vaga, lutei muito, quantos treinos sozinho às 6h da manhã e a noite eu fiz, quantas vezes fui o primeiro a chegar e o último a sair das quadras”, comemorou Carneiro que é o número 41 do mundo e atleta patrocinado pela Equaliv, Politriz, Construtora RFreitas e Restaurante Terra Brasilis e conta com os apoios da Confederação Brasileira de Tênis e do Banco BRB.

Ele teve ascensão meteórica. Começou a jogar o tênis em cadeira de rodas em Janeiro de 2018, 2 meses após ser obrigado a amputar a perna esquerda em outubro de 2017 em decorrência de um câncer.

“Em 2013 tive um câncer na perna esquerda, fiz cirurgia para retirar o tumor, quimioterapia e radioterapia. Em 2017 o câncer voltou e precisei amputar parte da perna esquerda”, disse Carneiro que até antes da doença era praticante assíduo de esportes tendo sido campeão mineiro de tênis na adolescência, campeão brasileiro de Squash, além de maratonista. Ele conciliava os esportes com seu trabalho como administrador de empresas. “Decidi mudar minha vida, larguei meu trabalho para realizar um sonho: ser um dos melhores jogadores de tênis em cadeira de rodas do mundo e disputar a próxima Paralimpíada que seria Tokyo 2020. Comecei a treinar tênis em janeiro de 2018”, seguiu Gustavo que já ao fim do primeiro ano era o 86 do mundo e terceiro melhor do Brasil e já em 2019 foi convocado para representar o Brasil no Mundial em Israel e nos Jogos Parapan-Americanos no Peru. Terminou o ano como número dois do Brasil e 35 do mundo, consequência dos três títulos em 2019 e um em 2018. Desde 2020 competiu pouco em decorrência da pandemia e dos seguidos cancelamentos de torneios.