O presidente regional da Pfizer na América Latina, Carlos Murillo, afirmou à CPI da Covid, nesta quinta-feira (13), que o governo Bolsonaro ignorou três ofertas apresentadas pela empresa em agosto do ano passado para a aquisição de vacinas. Em cada uma das oportunidades, foram apresentadas duas propostas: uma de 30 milhões de doses e outra de 70 milhões. Na melhor proposta, em 26 de agosto, havia a entrega prevista de 1,5 milhão de doses ainda em 2020. Outras 3 milhões de doses do imunizante seriam entregues no primeiro trimestre de 2021.
“A oferta de 26 de agosto, como era vinculante, pois estávamos nesse processo com todos os governos do mundo, tinha validade de 15 dias. Passados esses 15 dias, o governo do Brasil não recusou, nem tampouco aceitou a oferta”, afirmou Murillo.
A declaração desmente versão apresentada pelo então ministro da Saúde, general Eduardo Pazuello. Em audiência pública no Senado, em fevereiro, ele alegou que a Pfizer teria oferecido 6 milhões de doses da sua vacina, que só seriam entregues em 2021.
Nesse sentido, o representante da Pfizer foi explicitamente indagado pelo senador Renan Calheiros (MDB-AL), relator da comissão. “A oferta feita pelo governo em 2020 foi de 6 milhões de doses, como disse o ministro Pazuello, ou de 70 milhões?”. “70 milhões de doses”, respondeu Murillo.
Por outro lado, no contrato atual firmado pelo governo em março deste ano, havia a previsão de entrega de 14 milhões de doses apenas no segundo trimestre, como de fato vem ocorrendo. O senador Omar Aziz (PSD), presidente da CPI, registrou que a recusa às ofertas anteriores representaram perdas de 4,5 milhões de doses do imunizante, entre o final do ano passado e o primeiro trimestre de 2021. Com informações da Rede Brasil Atual.