A proliferação de animais abandonados pelas ruas de Manaus é um grave e antigo problema de saúde pública longe de ser resolvido. Com exceção de bairros “higienizados”, cães e gatos estão em praticamente cada quarteirão revirando lixo a procura de comida, se reproduzindo e/ou sob maus tratos.
A situação, que só piora com o passar dos anos, explodiu durante a pandemia da Covid-19: o falecimento de cuidadores e protetores de animais fez com que muitos bichos acabassem “abandonados” e ficando à mercê da própria sorte. Foi o que aconteceu com a produtora de eventos Kazuko Noguchi, de 44 anos.
Falecida no último dia 27 de fevereiro, ela resgatava gatos filhotes das ruas e levava para casa, uma residência onde morava com a mãe, uma idosa de 69 anos, no bairro São Geraldo, zona Centro-Sul. Porém, como não castrava todos os animais, eles acabaram se multiplicando e ela passou a abrigar mais gatos na casa do então companheiro.
Com a hospitalização por Covid-19, os animais passaram a ser cuidados pelos familiares dela, porém os que estavam na casa do então companheiro chegaram a sofrer maus tratos. Desde o falecimento, vizinhos se mobilizam para encontrar novos donos para os animais, já que a família de Kazuko Noguchi não tem condições de cuidar de todos eles.
“Quando soubemos do falecimento, fomos atrás para ajudar. Na casa desse ex encontramos gatos numa situação bem ruim. Eles estavam numa espécie de aquário todo fechado, pequeno e fedorento devido as fezes espalhadas. Provavelmente não estavam cuidando deles desde a hospitalização”, contou Vinicius Leal, 30, um dos vizinhos.
Com ajuda de ONGs e protetores de animais, os gatos sob maus tratos foram resgatados e levados para um lar temporário. Ao todo, somando os 10 resgatados e mais 10 que ainda continuam na casa da família, o número de animais disponíveis para adoção gira em torno de 20, entre machos e fêmeas sendo os mais antigos já castrados – a maioria não.
Com o falecimento da cuidadora, alguns animais fugiram e se espalharam pela vizinhança. “Alguns escaparam, foram para casa de outros moradores ou estão pelas ruas, mas continuam sem donos e vamos tentar resgatar para encontrar um novo lar e um novo tutor”, completou Vinicius Leal.
Ajuda de protetores
Os vizinhos já contaram com a ajuda do protetor Arnaldo Rocha, que fez o resgate e o transporte dos gatos sob maus tratos e com o apoio de voluntários do protetor Amauri Gomes, que abrigaram temporariamente numa residência os tais gatos maltratados. A equipe da protetora Joana D’Arc e do Sameq Protetor está custeando a castração das gatas fêmeas.
“Além dessa situação dos gatos, também temos muitos cães aqui na vizinhança. São cerca de 20 que ficam pelas ruas revirando lixo e se proliferando. Eles moram na casa de uns vizinhos, que não se responsabilizam pela castração. Vamos também tentar castrar pelo menos as cadelas”.
Saiba como ajudar
Tanto os gatos resgatados que estão no lar temporário quanto os que ficaram na casa da família de Kazuko Noguchi estão para adoção. Um perfil no Instagram foi criado (@gatinhos_pra_adocao) para divulgar fotos de cada animal e respectivas informações.
Ajuda financeira para compra de ração, material de limpeza, remédios e outras castrações podem ser feitas no PIX 96729813253 (chave aleatória) ou por transferência bancária para Banco Next 237 Agência 7320 Conta corrente 351431-5.
Adoção responsável
A adoção dos gatos deve ser responsável e o novo tutor se compromete em dispor de condições suficientes para garantir a saúde e a integridade do animal, como fornecimento de ração e caixa de areia para fezes e urina, vermifugação e vacinação. Os cuidados na adaptação ao novo lar também devem receber atenção.
“São muitos bichos, não conseguimos garantir o transporte de todos até a nova casa. Então quem puder vir pegá-los e trazer também a caixa de transporte”, reforçou Vinicius Leal. “Um animal traz muitos benefícios e os gatos, ao contrário do que pensam, são extremamente parceiros, carinhosos e higiênicos”.
As informações são da assessoria